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Acolhidos do Instituto Padre Haroldo, em Campinas, se beneficiam de programa desenvolvido em centro de inovação.

Um grupo formado por 400 dependentes químicos assistidos pela Instituto Padre Haroldo, em Campinas, participa até o fim do semestre de um programa especial que recorre à prática da corrida para a desintoxicação. Os participantes recebem orientação de professores de educação física contratados por uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) sediada no distrito de Sousas. O programa é financiado com recursos arrecadados por meio de uma lei estadual de incentivo fiscal.

O dinheiro é administrado pelo Centro de Excelência em Pesquisa e Desenvolvimento (CGTI), entidade fundada há dez anos, braço campineiro do Grupo Bueno Mak, que no Brasil todo mobiliza 250 especialistas em projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico, e atua em soluções práticas para o sistema de distribuição de energia.

Além de desenvolver por aqui programas de inovação a partir de convênios com universidades e empresas, o CGTI também leva a pesquisa para dentro da pista de atletismo. A ação social vai servir para que os pesquisadores tenham a noção exata dos benefícios da atividade física na recuperação de narcodependentes e alcoólatras.

A primeira das três turmas previstas no programa foi montada em novembro, com 84 rapazes da Fazenda Senhor Jesus (região do Alphaville), local onde acontece a etapa inicial do tratamento da dependência aos acolhidos pelo Instituto Padre Haroldo. Ali, a Oscip instalou uma pista de atletismo ao redor do campo de futebol e distribuiu calçados, calções e camisetas aos participantes, inscritos espontaneamente no programa.

Cada turma participa dos treinamentos durante três meses e, segundo os mentores do projeto, o tempo é mais que suficiente para que o organismo do participante responda positivamente. Estima-se que 40 dias bastam para a assimilação mental das informações.

Essencialmente, a corrida ajuda no tratamento de dependentes porque aumenta a liberação dos endocanabinóides.

Os compostos gordurosos, produzidos pelos neurônios, garantem uma espécie de “barato natural”. Assim como o princípio ativo da maconha, os compostos controlam a ansiedade.

O treinamento aeróbico provoca a redução da dependência física por entorpecentes ou álcool. É um modelo que alia benefícios físicos e psicológicos, e acelera a recuperação do internado.

O projeto foi elaborado por Rodrigo Hohl e Kell Grandjean da Costa, professores de educação física contratados pela CGTI. Os interessados passaram por exame médico e foram divididos em grupos específicos, de acordo com a aptidão física e o quadro de saúde no momento. Cada um elabora seu próprio programa de treinamento, com orientação dos professores, determinando duração e esforço empreendido.

“A gente quer que o dependente desenvolva, por meio do esporte, a disciplina pessoal. Além de se divertir, o jovem aprende que a atividade física lhe dá prazer, e que ele não precisa recorrer às drogas ou ao álcool”, fala o professor Kell. “A consciência corporal gera autonomia.”

De acordo com Welberti da Silva, coordenador de projeto da CGTI, o grupo planeja uma etapa posterior do programa, fazendo o acompanhamento da recuperação do jovem assistido até sua reinserção social. “A terapia esportiva é uma ferramenta reconhecida na recuperação dos adictos”, diz.

As pessoas interessadas em conhecer detalhes do projeto podem acessar o site www.cgti.org.br ou entrar em contato pelo e-mail: [email protected].

Link para a matéria completa do Jornal Correio Popular: http://bit.ly/1E5ChFB